Acho que perdi o jeito para escrever. Não sei se por falta de leitura substanciosa, ou conversas que preencham, ou compreensão rasas das coisas... Não sei. Estou bloqueada.
As experiências vividas, vistas, sentidas parecem insatisfatórias diante da tela de meu computador. escrevê-las? Sem registros, é melhor.
Meus vícios me mantém secretamente focada em coisas menos importantes. Ando impaciente. Viro as madrugadas ouvindo músicas, entrevistas de desconhecidos, assistindo séries quase que inteiras, ou apenas jogando paciência! Tragicamente o sono não me vem. Nem o desejo da escrita.
E mais uma vez estou nessa tentativa de colocar pensamentos confusos numa ordem lógica, legível e gostosa de se ver. (E penso que ando prepotente em considerar que isso aconteça exatamente com esse texto.)
Em fim. Considerava que escrevia bons textos quando passava por momentos de incompreensão externas ou internas. Isso não acontece mais. Ou a vida anda muito boa e fácil e esqueceram de me avisar!
O fato é que quando nossa mente sente o cansaço da vida, e temos que ser donos de nossa própria trajetória a fantasia tem que ser posta de lado e a realidade tangível tem que ser encarada e engolida 24 horas seguidas. Dizem por aí que isso é questão de sobrevivência. E se eu não quiser sobreviver? Viver apenas? Há bloqueio. Meu, dos outros. Do que pensam, penso eu, tem peso. Como olham, ouvem, sentem, sobrevivem. Tudo, tudo me lembra que viver não é uma boa ideia.
E o que é viver? Boa pergunta. Acredito que existam vidas a serem vividas, Umas são fortes, vibrantes, persistentes, ousadas... outras são só farrapos, esquálidas, mesquinhas, solitárias. São vidas que se vivem. E damos nomes a elas. Chamamos de sonhos, desejos, depressão, ansiedade, personalidade forte, felicidade, companheirismo, egoísmo. Nesse instante chamo meu viver (ou seria sobreviver?) de escrita compensatória. Tentando a todo custo me desculpar por minhas ausências, frustrações, perdas, ganhos, sorrisos, abraços, desafetos, desabafos, caminhos tomados. Diminuir a sensação de ser igual. Alcançar alguém perdido na sobrevivência tentando viver. Constrangedor é o sentimento que me invade e mais uma vez a sobrevivência grita em meus ouvidos já tão confusos com o barulho da existência.
Seria essa a grande sacada? Falar sobre a vida para torná-la menos exaustiva e dura? Trazê-la para perto de mim e poder ouvir atentamente o que ela tem a me dizer através, das pessoas que sentem, ouvem, olham, perguntam... sobre o próprio viver delas?
E eu achando que era só vontade de por palavras em sentido! E a vida querendo me falar sobreviver o tempo todo.
Ou só escrevendo um texto confuso mesmo.
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