Passeando pelo youtube, vi esse vídeo, e além de me tirar o fôlego várias vezes, fez-me refletir sobre algumas coisas.
Onde estava o responsável dessa criança? Onde estava a grade da janela? Onde estava a noção de perigo? Onde estava a palavra de orientação para não brincar ali? Onde foi parar os limites?
Hoje somos bombardeados, pelos veículos de informação, que a busca pela liberdade é o ideal maior. Libertação do corpo, pela busca da estética perfeita; libertação da mente, aberta a novos conceitos; liberdade para satisfazer seus mais absurdos desejos, livrando-se do "peso" da prática religiosa; liberdade de satisfazer-se, como, quando, quantos e quanto quiser, livre para perguntar-lhes o nome ou não.
Tantos são os "podes" que ás vezes nos vemos perdidos em tanta liberdade desenfreada. "Somos condenados a ser livres.", já dizia Sartre, em uma de suas tantas formas de 'liberdades de pensar'. Será que esse ultimato de condenação, não nos limita? Se nos limita, por que insistimos em nos libertar dessa liberdade?
Ao ver o menino, (do vídeo acima), caminhar tranquilamente pelo umbral da janela, deparo-me, estarrecida, com a semelhança de nosso dia a dia.
Ás vezes sou apenas a garota que encosta os cotovelos na janela e vê a vida passar. Outras vezes, sou a impulsiva que sobe à janela e tenta acompanhar o que acontece fora da casa da minha vida, sem me importar se há perigos ou se consigo voltar por onde saí. Mas sabe o que me esqueço? Que para sair, eu tenho a porta. Porta de madeira, alumínio, de plástico sanfonada, de correr, de trinco antigo, de vidro, de puxador comprido, larga, estreita, que fica aberta todo o tempo, ou só é preciso girar a chave na maçaneta.
Mas existe a porta.
Não posso ser livre assim? Tenho que ser de vida suicida para viver? Já não basta a coragem de abrir a porta, colocar os pés na calçada e atravessar a rua?
Quer saber como é lá fora? Esquece a janela. Abre a porta.
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