Saudades, tenho eu, do tempo que pra sorrir não se precisava de um motivo. E que para brigar só precisava de um espirro. Era mais simples, sabe? Preocupava-se menos, vivia-se mais. Melhor, não sei; mas que mais se vivia, isso eu posso garantir. Se toda experiência que eu tivesse a chance de passar, pudesse transformá-la em melodia, com certeza, seria uma fabulosa ária. Cheia de momentos calmos, e intensos acordes, mas todos eles fortes, únicos, meus. Ecoariam por onde quer que eu passasse, levadas pelo vento, dizendo a todos quem eu sou e o que me faz ser quem sou, sem eu precisar, ao menos encará-las. Surgiriam grandes vivas!, ou ares de espanto, até seria vaiada, mas ao findar a execução de minha melodiosa vida, todos estariam ali, diante de mim, aplaudindo de pé pelo simples motivo de que eu tive coragem de ser. Agradeceria, em silêncio, o reconhecimento de tanto trabalho para compor e recompor minha melodia e letra para que eu pudesse, por fim, ter a minha tão sonhada m...