Mais uma vez me pego pensando no porque das finitudes. Semana passada estava em viagem. Ao chegar ao meu destino, peguei minha mala e me direcionei para onde seria meu quarto durante aquela semana. Senti-me deslocada no processo de me habituar ao espaço que não era meu, mas havia pago, então me pertencia. Coloquei minhas coisas nos seus devidos lugares, mas não sabia ainda onde era meu lugar. Os dias se passaram e o espaço começou a fazer parte do meu conhecimento. As paredes, a cama, os móveis, o banheiro, o cheiro, a comida do lugar se tornaram familiares. Mas o momento de voltar a minha cidade chegou, e tinha que me desprender daquele lugar. Comecei, logo, tomando um demorado banho. Com a sensação de deixar escorrer pelo ralo a pele que me unia aquela cidade, pessoas e coisas, voltei a fazer a mala. Saindo do quarto, ainda segurando a maçaneta, senti o impulso de olhar para trás. Estranha sensação me invadiu. Parecia que eu nunca tinha estado lá. Engraçado. Num instante m...